domingo, 21 de agosto de 2011

Que tempo é esse?

As vezes temos que fazer escolhas que partem-nos ao meio.
Ficar entre a tentativa de se lançar no mundo e a segurança da família é uma delas.
Decidi partir pro mundo e meu coração se partiu. Metade ficou lá em casa e a outra está na mala da mudança.
Ametade que ficou lá, ficou também com toda minha alegria, e por mais que ali eu não expressasse tudo que eu era, não mostrasse tudo que eu poderia ser, a pessoa amável, amiga e companheira, a lutadora, a sentimental e a simpática, o mundo fora da casca é ainda mais aterrorizador.
As pessoas são ainda mais impessoais, o tempo corre demais e você só queria 5 minutos pra olhar pela janela.
A coisa da vida se monetarizou de tal forma que a forma perdeu sentido e virou notas.
o tempo de diversão já se esgotou e o que se tem é um tempo de trabalho, de estudo, sem diversão, sem tempo pra perder, esbanjar, jogar fora.
Deixei esse tempo lá em casa, junto com a cama, com a comida, com o cheirinho de casa, de abraço de mãe e de voz do pai.

É hora de se lançar no mundo, e ele é muito cruel para eu ficar parada dentro de casa.
É preciso amor, luta, sentimento, sensibilidade para que o tempo não vire dinheiro, para que o trabalho não seja forçado, para que a moradia não seja especulativa.