sábado, 28 de agosto de 2010

opiniões

minha mãe disse que eu me acostumei.
meu pai disse que não estou livre.
eu tenho a certeza de estar feliz.

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Light

Durante uns dias estava passando por um sufoco. Não sabia bem dizer de onde ele vinha, mas sabia que se sentia todos os dias sufocada, tanto que sua cabeça doía fenomenalmente durante cinco dias consecutivos.
Passou a manhã toda pensando naquela dor e naquele peso e o que poderia fazer para aquilo passar, uma vez que os analgésicos não ajudavam em nada.
Pensou nos seus dias, nas horas e nas tarefas que tinha a cumprir, pensou também nas obrigações que tinha a responsabilidade de dar conta. E aí sua cabeça pesou mais. Deveria ser esse o problema.
O que era pra ser um alívio, uma distração, um algo a mais, acabou se tornando um peso, um não me toque e um não me veja nunca mais. O que era pra ser bom, tinha se tornado um martírio ao longo do tempo, com o passar dos dias. E as horas não mais se adiantavam em passar, pois não queria ver novamente, e ter a cabeça doendo por mais um dia.
De repente, se colocou a falar e como se o peso da cabeça saísse pela boca em forma de palavras, tudo foi se desfazendo e escorrendo pelo chão.

Ah! a quanto tempo não se sentia tão leve?

domingo, 8 de agosto de 2010

Branco

Existem pessoas que são verdadeiros papel em branco. Nela você pode desenhar, pintar e bordar o que quiser, à sua maneira, que sempre gostará do resultado. Se não gostar, dá pra apagar e refazer o rabisco até que ele te agrade em perfeição. Conheci uma pessoa pepel em branco. E foi horroroso perceber o quanto ela se tornou eu e como foi difícil perceber que ela não era eu. Muito pelo contrário: talvez pela força da minha personalidade, consegui imprimir todas as minhas qualidades e consertar todos os mesmos erros e aquela pessoa, em branco, na minha frente se tornou tudo que eu imaginava de bom que eu deveria ter em mim, mas que não é possível.
Como cravar um punhal no peito da sua criação é difícil, demorei a matar e perceber e punhalar um papel em branco que se tornou todas as minha bondades não feitas, não ditas.

Existem pessoas que são papel em branco, e elas não deveriam circular por aí.