domingo, 18 de setembro de 2011

A vida enfim se tornava uma amargura.

Não pela sua concepção, mas pela visão dos outros, tudo se tornou tão chatos, os assuntos tão sem perspectiva, que qualquer café se tornou um martírio.
Essa segunda parte ela deveria que concordar ora, um café nunca era um café despretensioso, era um café pesado, amargo como sua vida se mostrava para o outro, do lado oposto da mesa.
Nunca uma analogia foi tão certeira: sua vida amarga sentida pelos outros, e o gostinho especial de todo café requintado que ela tomava, por dentro.

Afinal, seria necessário ter algo para contar, falar e se distrair para além daquele café amargo?
Ou será que mudar seus hábitos, acrescentar um creme talvez, seria o suficiente para que a impressão diminuísse e o gosto único continuasse o mesmo?

Não sabia. Talvez fosse a hora de tentar, já que por agora estava começando tantas coisas iguais, mas que no fundo tinham um gostinho diferente.