terça-feira, 28 de dezembro de 2010

repensando meu aniversário


Preciso repensar o que é meu aniversário. E meu relacionamento com as pessoas.
Tem gente que eu acho que é tão próxima a mim, não pelo tempo que me conhecem, mas pelas coisas que sabem, que tenho sempre a certeza que me conhecem mais do que eu imagino. Agora, preciso me acostumar e entender que as pessoas sempre me conhecem menos, muito menos que eu acho que sabem. Tem gente que não sabe o dia do meu aniversário. Tem gente que sabe e esquece. Tem gente que só lembra pelas redes sociais.
Tem gente que tem o aniversário esquecido e esquece dos amigos também. Tem gente que é sincera e fala mesmo que esqueceu e que se não fosse o Orkut, não lembraria.
A questão é que nunca consigo relacionar cada uma a seu perfil. E me surpreendo com algumas coisas.
Nos dois últimos anos tento fazer uma festinha antecipada pra ter a sensação de que as pessoas se lembram de mim, pra não ficar me sentindo mal. E da mesma maneira existem as mesmas desculpas. Aqueles que acham que seu aniversário é naquele dia, aqueles que nem sabem quando é, mas vão por ser uma festinha com os amigos.
E, sinceramente, talvez seja melhor esquecer que meu aniversário é dia 26. Eu mesma esquecer da data e comemorar apenas com os amigos. Pelo menos ali, tenho a certeza que a convivência é que faz a diferença, e a felicidade de ver todos ali é que sincera.

domingo, 26 de dezembro de 2010

[diariamente]

Hoje é meu aniversário.
Ou pelo menos é o finalzinho dele.

Sempre é assim, passa no natal e aquela euforia entre presentes e desejos ridículos de felicidade, amor e qualquer coisa, chega a ressaca no dia seguinte, as satisfações da bebedeira dos outros sendo tiradas a limpo com luvas de pelica; até eu me dar conta que um milhão de amigos esqueceram de dar parabéns. Mesmo as redes sociais avisando, eles ainda se esquecem na euforia de um feliz natal e de uma ressaca pro ano novo.
Este ano meu pai também esqueceu os parábens. Lembrou quando fui buscar o bolo na padaria que eu mesma paguei. A cantoria foi rápida, as velinhas ficaram por um minuto acessas, os flashes se viraram em meia dúzia de fotografias. Logo, todos teriam que voltar à festa para terminar a comida do natal. E eu volto pra São Paulo, porque meu aniversário não é ressaca de natal.

Só um grande amigo me fez questão de ligar exatamente as 00:00. Queria poder registrar pra sempre esta ligação.

Este ano tive três lembranças de aniversário.
E não tenho como negar que a festinha no bar com todos os meus amigos, nove dias antes de completar meus vinte e quatro anos, foi a mais legal. Não teve bolo, nem flashes. Não teve parabéns, nem desejos de felicidades, amor e tudo de bom. A confraternização bastou pra me deixar feliz. Queria que aquela madrugada durasse horas.

Hoje o dia foi mais do mais do mesmo.
Hoje o dia foi nostálgico.
Hoje, o ano acabou pra mim.

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Página Qualquer

Abri um livro numa página qualquer...

"Quisera me contentar em ser triste.
Deliciosamente triste,
Tristemente anônimo"

CARPINEJAR

domingo, 12 de dezembro de 2010

Paraisópolis

Parece que minha vida política-acadêmica está tomando corpo.
Eu que sempre achei que seria difícil ou quase impossível concretizar meu sonho de tantos anos, fazer geografia, ser professora de escola pública e atuar na sociedade de maneira crítica, que por muito tempo quase desisti dessa empreitada e me esforcei pra ser uma cadêmica de laboratório e biblioteca, me surpreendi nesse final de semana.
Na faculdade o movimento político sempre fez parte da minha vida: aos poucos fui tomando corpo e conteúdo nas discussões polêmicas e, nunca sozinha, a formulação política e a intervenção de forma a mudar a realidade se tornava a cada dia mais presente.
Esse final de semana aprendi muito: a escutar os outros, a parar de ter preconceitos, a justificar minhas escolhas de abordagem academicamente e não por briga de ego. Aprendi a rir de maneira descontrída, a falar sem ter um script, a deixar as pessoas tomarem as tarefas para si. Consegui conviver com um grupo de pessoas que conseguiu me fazer entender o papel da universidade, que conseguiu me fazer ver que eu estou no caminho correto para a transformação da realidade de tantos iguais a mim.
Sábado e Domingo muitas pessoas viram minha casa, minha família, pegaram ônibus cheio, ficaram em pé, suaram, cansaram, dormiram no chão, comeram macarrão, demoraram 1 hora pra voltar pras suas casas.

Neste final de semana encontrei o verdadeiro motivo pra continua a estrada lutando: O Direito à Cidade.

domingo, 5 de dezembro de 2010

Poderia (mos)

Podia gostar de versos, prosas, filmes, encenações.
Poderia ainda esforçar em parecer fácil.
Tentaria por diversas vezes modificar-se antes de mudar o mundo.
Seria revolucionária sua mudança de postura, se não esperasse demais.

O esforço poderia valer a pena,
Se trouxesse a certeza de mais um dia de sol,
Talvez com alguma presença ao lado.

O mau humor poderia ser esquecido,
O rabugento poderia ser deixado pra trás,
As dificuldades poderiam ser superadas.

O medo da perda poderia ser sincero,
A sinceridade poderia não doer a perda.

A insegurança poderia dar lugar à coragem,
E a coragem poderia ser a mesma que em outros momentos.

O sorriso poderia ser sempre como no amanhecer,
Os abraços os mesmos daquelas noites durante o dia,
O calor poderia invadir a todo momento os corações desiludidos.

As dificuldades poderiam, juntas, serem superadas.
As mentiras, as omissões e as faltas não deveriam constar.