quarta-feira, 19 de junho de 2013

e como? de repente assim a gente se encontra na rua, na música, na cerveja, no samba, recuso seu isqueiro diversas vezes, não te dou bola, e vou pra casa como mais um dia de encontrar os amigos.
como? como pode a gente se encontrar em uma cidade, fria, interiorana, depois de cumprir nossos deveres, e eu nem me lembrava de você, nem sabia que estava lá, nem imaginava que queria falar comigo e me esperou pra ir pra casa.
COMO???? ainda conversamos no ônibus, com sono, com fome e com cansaço, sacudindo com os buracos da pista, falando sobre qualquer trivialidade, e eu achando que estava sendo a mala e chata por não te deixar dormir. nem te ofereci água!
e aí a gente se falou, se conversou, despretensiosamente, sem compromisso, você a 200km de distância.
de repente, um convite sem data: vamos sair?
de repente, um frio na barriga e uma vergonha sem fim: como assim sair, pensei eu... respondi que sim.
fiz um roteiro pobre, mas muito especial. por lugares que nunca ninguém havia ido comigo, lugares novos, cheirando a novo, pra ser a sua lembrança a única e a mais sincera daqueles lugares. 
durante uma semana fiquei pensando em como seria, fiquei nervosa: e se ele me achar chata, e se não gostar de mim, e se for só pra se uma companhia a mais em SP, essa cidade-cão?
mas não era. 
deliciosamente leve e de uma doçura incrível, me conquistou sem compromissos, sem promessas, sem data pra voltar. daqui, fica a saudade, mas uma saudade bonita, com vontade de cair de novo nos seus braços, nas suas mãos com as minhas, suando de nervoso.