quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

Recomeçar?

Há mais de um ano escrevi nesse blog.
E esperava um 2014  vivo, lindo, amoroso, cheio de esperanças!
Ele não foi bem assim, e também não vou fazer um balanço do que já passou.

O sentimento hoje é de tanta confusão que seria incapaz de ser justa comigo mesma e acreditar que qualquer palavra dita hoje seria o reflexo coerente do que vivi em 2014.

Já vivi alguns amores, muitos casos, muitos relâmpagos. Passei por situações que meu coração disparou e parou tanto por alegria como por raiva e tristeza também.
As alegrias sempre estão guardadas comigo, lembranças de noites, dias, tardes, beijos, abraços roubados, entregues, dados e recobrados, que jamais vou esquecer. Desses amores proibidos e sem futuro, guardo um carinho muito especial. Sem culpa e sem achar errado (por mais que eu tenha me anulado) tenho que foram momentos precisos para desenhar o que sou hoje.

Aqueles dias raivosos e tristes (que quase sempre andaram juntos) deletei da minha cabeça. Passei uns 2 anos e meio sem pensar neles. Apenas deixei naquela área cinzenta e meio nebulosa para não ter que pensar e relembrar momentos difíceis.
Esta semana tive que relembrar tudo. E a lembrança de coisas doloridas parece que dói mais do que senti-las pela primeira vez. 
Nunca vou me esquecer o quanto fui usada e objetificada. O quanto cumpri um papel determinado pelo homem em ser aquilo que ele sempre viu nas revistas, na internet, na TV e em todos os meios de comunicação enquanto mulher-objeto.
Demorou pra cair a ficha (todos esses anos) de que fiz parte da fantasia de uma pessoa, que fui a caricatura mais cruel de toda essa mídia e essa falácia sobre a mulher-perfeita. 
E doeu. Doeu e dói pensar no que passei e como pude aguentar tamanha violência contra mim, contra meu corpo, sem falar nada, sem pensar, sem saber como agir, com medo de fazer alguma coisa.

Assim que 2015 começou, passando a limpo e lavando a roupa suja sobre tantas coisas que vivi e deixei pra pensar depois. Há de se fazer o exercício de recomeço, de esquecimento.