terça-feira, 6 de abril de 2010

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não sei bem como foi acontecer, mas descobri que estou doente. não sei se por culpa do coração, da cabeça ou da fome que não tinha, do não comer. não sei de onde isso veio, mas estou doente. talvez por estes seis meses últimos terem sido turbulentos demais, com muitas mudanças repentinas, com muito planos que agora estão esvaindo pelas minhas mãos, como um punhado de areia que se escorre pelos dedos. não sei se foi isso, mas já estava me sentindo doente há um tempo, e agora estou aqui, deitada, imóvel com meus próprios pensamentos, na tentativa inútil de levantar e andar passos curtos, mas que minhas pernas insistem em não me acompanhar, a cabeça entra em devaneios mil, sem a possibilidade de concretizar nada, e nada que faça sentido neste mundo. tenho pensado muito em como fui parar nesse estado: de choro, de solidão, de tristeza; que as vezes de súbito, me pego num sorriso sincero. me vejo no espelho com essa cara cansada, da vida, da faculdade, de tudo. fazendo as coisas de uma forma tão mecânica, sem qualidade, sem produto, sem objetivo. hoje sinto nada, um nada que aperta o coração, comprime a cabeça e me faz não ter fome. parece que pensar em tudo o que aconteceu me alimenta, me sustenta.
ando cambaleando por aí, me escondendo, com medo. sem palavras e sem ações. ontem corri de você, te vi e vi que não queria me olhar. mas sei que me viu, assim como sabes que te vi. num olhar rápido, entendemos que não era o momento de tentar balbuciar palavras, emitir gestos de conforto ou carinho, de compreensão; afinal, tanto eu, como você precisamos disso, e não temos como nos escorar.
é uma fragilidade essa vida. me deixei levar achando que ia suportar todas as dores, todas as responsabilidades, e que toda a coragem se multiplicaria. mas não, me deixei tanto levar, peguei tudo pra mim e tentei resolver da minha maneira, tracei uma reta e fui nela, mergulhei num turbilhão de emoções e agora sinto me afogar no meio de tanta coisa. e não existe ninguém que possa me salvar. e se existe, esse alguém não tem a noção de que pode me tirar desse buraco. espero uma resposta, um sinal de vida, com medo de dar um sinal da morte: da morte dos meus últimos tempos, da despedida desses meses que tanto achei que me fariam crescer e que hoje sou uma formiguinha.
essa chuva, esse frio, essa falta de palavras que intalam na minha garganta, que dão nó na minha língua, que não conseguem expressar tudo que sinto, que só sabe quem vê nos meus olhos que não estou bem: estou doente.
queria ser eu de novo e tenho medo desse eu ser o eu de agora, pra sempre, com medo, sem palavras, gestos, ou sentimentos, um eu que só sabe chorar, que só foge e que só pensa no que foi, no que poderia ter sido e não foi e nem vai ser. a coragem poderia me voltar, aí eu levantaria a cabeça e lutaria de novo. mas hoje, amanhã e depois não terei mais forças pra isso.
meu coração está aos cacos, um caos na minha cabeça me assombra. a falta do que dizer apesar de ter muito o que falar me assusta. não sei como fui ficar assim, mas estou assim, doente.

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