quinta-feira, 15 de abril de 2010

Sei, é claro, que queres conversar. Mas eu não quero mais. Não tenho mais paciência pra ouvir os lamentos da sua vida, as suas amrguras, pensando nas minhas também. Vivo bem com elas, todo dia acordo com vontade de resolver minhas coisas, de ter, enfim, minha vida. Você não, insiste no erro, e assim, continua errando. Fechado, com seus paparicos, esqueceu do mundo aqui fora, das suas responsabilidades. Sim, se um dia pensei e disse que era responsável, hoje vejo que me enganei. Você é irreponsável com sua vida, não no sentido material, é claro, mas não só de materialidade vive o homem. Não é sozinho que se vive. E eu não queria as coisas palpáveis que você queria me oferecer, mas não tinha como. Eu não queria que você tivesse condições de me abrigar na sua casa, de sermos nós. Queria uma vida simples, que os planos não fossem os mesmos, não se repetissem. Porque isso aconteceu, e hoje vou concretizá-los sozinha, como era antes. Nunca esperei de você um impulso pra dar um rumo pra minha vida, ao contrário, você me cobrou, eu corri, ajeitei tudo pra você ir embora. Não sei como está tudo isso, mas pra mim tem sido um tempo bastante confuso.
Não posso dizer que tudo passou, mas tem alguns momentos que sinto raiva da sua irresponsabilidade, de me largar na sarjeta com um saquinho com os nossos sonhos como quem diz: '-Se vira aí que agora não dá mais e eu tô caindo fora.'
De novo me vi na posição de ter forças e ter que passar por cima de tudo, e fazer tudo sozinha, do meu jeito. Nunca, na minha vida, passei um tempo comigo mesma, e tem sido bem doloroso, mas to aprendendo que não dá pra ser daquele jeito. Aqueles planos, essas memórias, não era o que eu queria pra nós. Era, de novo, o que eu quero pra mim. E vou realizar.
Todo dia acordo e penso em como você deve estar, tenho notícias vagas suas, que me fazem imaginar como está cansado. Mas não posso fazer nada. Sinto muito.

Você sabe como e onde me achar, sabe das minhas atitudes.

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