domingo, 25 de julho de 2010
Andava de um lado pro outro olhando para o teto, vendo as pás do ventilador girarem sem cansaço e sempre ritmadas. Seus passos não tinham a mesma sequencia, se quer passavam pelo mesmo corredor nos vai-e-vens da caminhada. Olhando pro teto, voltava pro chão, parava e dava um trago no cigarro. Não sabia por quanto tempo fazia aquele movimento, não sabia calcular a falta de vontade em continuar a fazer outra coisa se não continuar na linha imaginária que desenhou para si própria pisar e caminhar loucamente. Assim passaram-se dez, quinze, trinta minutos. Voltou e sentou pro no seu luga ao lado do telefone, que não tocava. Levantou cinco segundos depois e se debruçou à janela: a olhar a rua, os carros, as pessoas. Virava sua cabeça pro alto e via os fios do poste, os pássaros e a sobreloja no mesmo nível à frente. Não sabia como contornar aquela situação. Pensava e pensava cada dia mais e não sabia como sentir algo diferente daquilo, aquela falta de vontade, talvez indiferença, fosse a melhor palavra. Talvez fosse daquele jeito, o certo em sentir as coisas, talvez o desespero de outrora não fosse saudável e essa calma e vagareza era o que faltava na sua vida de tantas preocupações. Talvez precisasse mesmo de muito carinho, como ninguém havia ousado falar ou tentar.
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