como quando cheguei, vou saindo. simples assim. suportei demais uma dor que não sei como lidar. a vida é bastante traiçoeira e hoje quero que tudo se exploda. sim, meu coração, minha cabeça, meu estômago. tudo. hoje eu to sozinha. como estive ontem, anteontem, durante cinco, seis anos. estou sozinha.
não há mais o que perguntar. não há mais o que fazer. o amor me sufocou, e agora quero partir. transceder esse curto espaço de tempo, transceder a vida que me traiu.
traída por mim mesma, pelas espectativas que criei, por aquilo que se apresentaram a mim, como a melhor coisa da minha vida. me enganei, me deixei enganar, me deixei levar, numa burrice insana e sem consequências.
hoje vou me entregar. ao cigarro, a cerveja, ao sofá, à tv. hoje e sempre.
chega de alegrias falsas, de tentar acordar e fazer tudo valer a pena. de me doar sem receber nada em troca. afinal minha vida não interessa nem a mim mesma, que dirá aos outros. minha vida medíocre, sem trabalho, sem perspectivas acadêmicas, sem família.
chega do mísero sonho burgues de querer ter uma casa, um cão, um gato, filhos, empregos, um amor.
chega de querer viver, lutar pra viver e conseguir viver num mundo ordinário.
me entreguei. me entreguei a você e não recebi nada. não recebo nada. só a solidão, a tristeza. agora vou me entregar pro mundo. e ele que me leve conforme for a musica.
o esforço todo não valeu de nada, e hoje me vejo jogada em casa. de pijama ainda.
queira te ajudar, mas eu to precisando de ajuda. e não tem ninguém aqui pra me dar o ombro, pra poder chorar.
chega.
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