Não é que ela tinha medo, mas naquele momento, durantes semanas, estava com um medo que não lhe chegava há tempos.
Aquele frio na barriga, as mãos suando, o vento na rua, nada disso lhe tinha acontecido uma vez se quer. Parecia que toda sua experiência, durante anos, haviam desaparecido naqueles dias. Como se tudo o que tinha vivido, desaparecesse aos pouco, chegando num estágio de não saber. Recomeçar do menos um.
É que aquela sensação esquisita, de insegurança, desespero, aquela vontade de fugir, de ficar no seu cantinho, quietinha 'não me toque, não mexa comigo, estou bem assim' estava ameaçada. Um ser, um invasor, chegou e não conseguia mais raciocinar, calcular seus passos com antes. Como se antes fosse mais racional e menos emocional, e não queria perder aquilo, não podia. Perder a razão seria de novo sucumbir ao mesmo erro passado, e se o passado serve pra alguma coisa é pra aprender a não cometer os mesmos erros. E pois bem, está tentando todos dias pensar mais que agir, falar de menos, sentir o necessário. Sem pré conceitos e sem abrir o peito demais. Dar uma pouquinho da corda e puxar um pouquinho por vez pra não arrebentar sem avisos, sem uma corda de segurança lateral.
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