terça-feira, 8 de junho de 2010

par

É quando você tem a certeza que perdeu o amor da sua vida. O vê atravessar a rua e nada mais pode fazer a não ser dar um oi, perguntar se está tudo bem e ouvir um sim tímido, seco e com um quê de incompleto. É quando o café, o suco marcam o tempo do reencontro e logo tem-se que voltar à rotina diária do trabalho. O tempo das bebidas não consegue contar os tempo que passou, não consegue dimensionar a certeza do que se foi. Não consegue curar, voltar e fazer as coisas diferentes. O líquido da xícara, do copo ornamental com suco vermelho, não são capazes de decifrar muita coisa, a não ser o gosto que continua o mesmo: do café bem adoçado e do suco sempre vermelho, saudável.
É quando você tem ceretza que perdeu o amor da sua vida. Que não há conversa, não existe argumento pra que as coisas se virem, mudem de novo. Há um carinho especial, que fica no ar, mas não há disposição de ninguém para ultrapassar esta barreira. Não pode ser ultrapassada porque não é ultrapassável. O sentimento passou; veio, se concretizou em muito tempo, em muitos planos, em muitas realizações, em tantas e tantas coisas pra fazer no futuro. E passou. E foi que não concretizamos nada, não fizemos nada além de sonhar, de viver, de conviver.
E aqui estamos, vendo nosso amor passear na rua solitário, como se procurasse alguém pra se aconchegar, ser o par. As vezes a gente se encontra, e é aí que damos conta que não somos um par, uma dupla, nem feitos um para o outro. Que não existe nada a transpor, porque isso já foi feito no passado, e reviver seria morrer de novo.

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