domingo, 26 de setembro de 2010

Tempos Estranhos

Como ter uma definição sobre o que acreditava divinamente, preferia não mais pensar na companhia que um dia tivera. Pensar no divino era a mesma coisa: não cabia explicar aos outros se acreditava em um ou mais deuses, ou se acreditava em algum. Não era legal falar que acreditva em algo que era além, mas não necessariamente divino.
Da mesma maneira não queria explicar aquela solidão. Não estava triste, (in)felizmente havia se acomodado com a possibilidade de não definir o que sente esses tempos. A tranquilidade de só estar bastava, e se enrolava toda ao explicar o porque dessa felicidade, talvez a pesar da felicidade, também de se ter uma companhia.
Mas ia levando. Chegava em casa, largava a bolsa, tirava os tênis, e como era de casa, entrava pela cozinha, ligava a TV, jantava, tomava banho e dormia.
Era assim todos os dias, e nisso nada havia mudado.
As vezes dorme fora, mas para descansar um pouco para o outro dia de expediente.
Não se lembra mais de um abraço carinhoso, de alguém se aproximar porque é legal ou inteligente. O que via nos últimos tempos era um interesse na sua beleza, no seu corpo. E agora não há uma pessoa se quer que lhe salve, vai ter que encarar tempos estranhos sozinha.

Nenhum comentário: